segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Closed

Era isso. Mudanças. Sigam através do espelho.

See you there.

Finding the Way Home

Às vezes eu nem noto.

Criatura de hábitos, caio em rotinas insanas não-notáveis exceto pelo contínuo não-resultado da repetida ação.

Explicando melhor, ou talvez mais claramente, é como abrir seu software de e-mail, checar suas caixas, fecha-lo, esperar vinte segundos e abrir de novo. Não pelo raciocínio de "pode ser que agora tenha alguma coisa", mas sim pelo hábito muscular de efetuar a operação.

O mesmo eu poderia dizer dos habitos alimentares, dos de sono, ou de escrita. É fácil cair num padrão maçante e medíocre. Dizem que não há nada pior que o medíocre, e tendo a concordar com tal afirmação. Mesmo as sensações negativas, quando medíocres, são só um incômodo quase-invisível que escapa a sua percepção exata do que há de errado e, portanto, impede que você formule uma sagaz solução para derrubar a mediocridade. Até as sensações físicas negativas são assim. Uma dor diminuta, em um lugar que você não sabe dizer exatamente qual é, mesmo que sendo um mal menor do que aquele que gera pura dor lancinante, incomoda você por tempo suficiente para você ter resolvido e esquecido a sensação horrível. O medíocre não é o fim, nem o começo. O medíocre é o lento arrastar de horas sem sentido rumo a lugar algum.

A conclusão que posso chegar desse ensaio de ensaio sobre a mediocridade é que, quando seguindo aquela estrada enlameada que leva de volta para casa coberta por névoas que não deixam você saber o quão perto ou longe você está de onde saiu ou de onde quer chegar, a única saída é parar, respirar fundo, fechar os olhos e sair do meio da estrada, rumo ao desconhecido.

Mas rumo a algo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Humor Me

Atos terríveis e impensáveis. Que tipo de vil enfermidade insidiosamente impede sua vítima de descansar e força-a em uma jornada incessável através de raios remelentos de sol e prédios escuros onde a massa torpe dos homens permanece em repouso. Em tais lugares nefandos, a esperança é colhida como espigas de milho e jogadas em uma cesta de vime antigo, prontas para serem queimadas e devoradas pelos simplórios servos de um reino decadente. Nesse lugar, os homens são rotulados, registrados e numerados. De senhores do universo tornam-se peças em um jogo ao qual, em sua grande maioria, lhes interessa o resultado mas nunca têm chance de jogar. Mas sonhos dissolvem-se como fumaça, e como fumaça eles não podem ser quebrados e consumidos tão facilmente. Espessos, de cores do escarlate ao violeta ao verde e de outras entre que são popularmente conhecidas como "aquela cor ali ó moça", eles flutuam ao redor, acima e dentro dos pobres habitantes da esfera mortal. Em busca da efêmera essência do prazer do reino das idéias, o homem se move rumo à luz da razão que não diminui ou destrói a noite, mas sim ainda faz dela mais misteriosa e desejada.

E no final, cansado de lutar, feito o que poderia para enfrentar o desconforto de um inimigo que o devora por dentro sem que possa ser detido, o homem abandona a consciência e joga-se ao reino da areia no olhar. À deriva.

Livre.

OU, eu poderia dizer simplesmente que não consegui dormir por uma pseudo dor na perna, então decidi fazer minha carteira de identidade em um horário absurdamente cedo, invadi uma aula de literatura pela vontade de estar lá e finalmente, depois de um almoço tardio, dormi enquanto tentava assistir televisão para me distrair da dor.

Eu prefiro a opção primeira.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tiny Dancer

Há menos de um mês, em uma dessas noites sem-fim, me vi escrevendo o trecho abaixo.

"Acho que estou preso em uma dança ensaiada vezes demais.

Eu abro a aquarela e despejo angústia sobre as cores do mundo e as misturo até que não sejam mais o que eram e voltem a ser a mesma coisa que sempre as torno. Cores pálidas, ecos perdidos de gritos direcionados ao espaço onde nada espera a não ser um único olho silencioso de porcelana.

Soluço. Brinco. Volto-me para o escárnio e tranco-me dentro dessa armadura irredutível de ânsias e sonhos mal-formados. Esticando-me tentando atingir o salto perfeito sem sequer tentar pular.

Pro meu azar, meu inimigo não é o Universo-Criatura-Vilã.

É o próprio dançarino.

Oh me, sad hours seem long.
"

Estava aqui, guardado.

Até agora.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Searing Star

As vezes tem umas coincidências. Olhem essa, por exemplo:

Do not go gentle into that good night
"Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.

Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.

Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.

Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.

Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.

And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.
"


Não entres nessa boa noite com doçura
"Não entres nessa boa noite com doçura,
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.

Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva lhes perdura,
Porque suas palavras não garfaram a centelha esguia,
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.

Os bons que, após o último aceno, choram pela alvura
Com que seus frágeis atos bailariam numa verdenbaía
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.

Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea baltura
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua travessia
Não entram nessa boa noite com doçura.

Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os transfigura
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se alegraria,
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.

E a ti,meu pai, te imploro agora, lá na cúpula obscura,
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima bravia.
Não entres nessa boa noite com doçura,
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.
"

Incrível. Tirou as palavras da minha boca.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Beauty in Breakdown

O mundo mu(n)dou. Eu mu(n)dei. E mu(n)dei horrores. Funda(mentalmente) mu(n)dado.

However, ainda não acredito em muita coisas.
Em acordar de manhã porque é o que as pessoas "normais" fazem.
Em trabalhar porque é o que as pessoas "normais" fazem.
Em ir dormir de noite porque é o que as pessoas "normais" fazem.
Em ter uma namorada porque é que as pessoas "normais" fazem.
Em me vestir como as pessoas "normais" se vestem.
Em falar com as pessoas "normais" falam.

Essas pessoas não existem. E se existem, estão disperdiçando uma excelente oportunidade. A de estarem vivendo sua própria vida. I would know. Wasted a lot of it. Past tense.

Quero fazer tudo isso. Mas não porque as pessoas "normais" fazem. Tenho minhas próprias razões.

E elas são só minhas.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Grace of Air

Desço pela ladeira ouvindo as badaladas que marcam as horas da minha vida.

Um, dois, doze, dezoito, vinte e oito. Todas soam melhores do que as anteriores e ainda assim é difícil não sentir um salgado de saudade deixado para trás nas bordas dos sinos. Cada lágrima derramada, cada pedaço retorcido de um coração partido, cada momento ridículo e irredutível desenham os frisos no pedaço de metal e transformam-no de uma forma grande, pesada e desengonçada no mais gracioso instrumento que já ouvi.

São as horas da minha vida que estão gravadas ali. Todos os tons e intenções.

Toda a graça do meu mundo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Sursum Effing Corda

Eu comecei e terminei esse post umas cinco vezes. E tudo que escrevia era terrivelmente piegas. E mudava absolutamente de tom com cada palavra que passava na minha cabeça. Vídeos. Músicas, lindas músicas. Poemas. Livros. Cada uma dessas coisas me dizia como eu deveria escrever e o quê. Construções de sentimentos, eternizados pelo sentir vítreo de uma única pessoa, que se propagam de momento em momento numa etérea dança devastadora.

Minhas mãos dançam por sobre o teclado. Vão e voltam, apagam e reescrevem as letras muito mais rápido do que eu posso pensar nelas. Agora é uma corrida. Eu quero pensar no que vou escrever antes de fazê-lo mas essa batalha se foi. A ponta dos meus dedos tem texturas singulares que fazem voar pequenas fagulhas musicais cada vez que tocam no preto do plástico e no branco das letras. J. K. Q. P. Não há sentido. Mas há música. Na música está o sentido. O sentido é a própria música. Nada toca das caixas de som do computador mas minha alma incendeia com as notas da tela de cristal e do cursor rastejante. Corre. Voa. Desliza sinceramente e furiosamente rumo a catarse de uma história não escrita, fugaz, tênue e insistente em volta de mim. Não há como escapar. Não há porque escapar. É o sopro do espírito. É a fuga da banalidade. É o fervoroso dançar das estrelas por sobre uma toalha velha de feltro.

É o lugar onde todas as coisas que importam acontecem.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

The Unending Abyss

Correndo ao redor do Sol sem um lugar para chegar. Esta deve ser a sensação de um monte de gente, ou pelo menos eu acho que seje. "Seje". Nem sei se isso está correto. Eu lembro da minha avó falando isso. Eu não vejo muito ela. Nem meu avô. Vejo mais a minha outra avó. Vejo meu pai. Minha mãe. Meu tio. Minha irmã. Minha madrasta. Meus amigos. Não vejo alguns amigos também, e eles também não me vêem. Alguns vêem, e ficam calados. Alguns sentem coisas mal resolvidas. Eu também sinto. Alguns amigos se perderam. Nenhum parente ainda. Não dos que eu mencionei. E eu me perdi também.

É difícil para eu notar o quão perdido eu estou. Eu não lembro da minha infância, de meus pais juntos. Eu lembro das minhas aventuras adolescentes. Lembro das minhas brigas e das minhas mentiras de pirralho. Lembro de quando eu fui mais insensível e de quando eu fui sensível demais. Lembro das guerras que eu comecei, das batalhas que lutei e das causas que perdi. Lembro também dos corações que parti, e lembro dos que partiram o meu.

Meus pais sempre tiveram um enorme problema comigo. E eu sempre me senti... errado com isso. Eu lembro deles dizendo que parecia que eu não fazia parte daquela família. Que eu me excluía daquelas relações. Mas eu não lembro dessa família que eles dizem que eu deveria fazer parte. Como poderia pensar em algo que não existe em minha memória? Como poderia excluir-me de algo que eu nem sabia existir?

E eu me mantive à distância. Com ou sem consciência disso. Mas através das longas voltas, eu encontrei muitos corredores. Alguns se afastaram, outros caíram e dançaram comigo por aeons antes que caíssemos de vez ao chão. E nos levantamos. E nos reencontramos. Eu amei alguns desses dançarinos apressados. E acho que alguns deles me amaram de volta, nem que por breves momentos entre dois piscar-de-olhos. E nós continuamos correndo.

Definitivamente, estou perdido quanto ao que quero dizer aqui, porém uma coisa eu tenho clara.

Eu tenho uma família que amo. Ela só não é a que as pessoas querem que ela seja.

Ou seje.

Feliz Aniversário Rachael e Dan.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

One of the Good Ones

O Universo é realmente misterioso.

Nos últimos dias eu fiquei doente. Febre. Dores. A sensação de ser uma máquina do século retrasado pedindo para parar. Tossindo as últimas memórias de um tempo que já se foi. Me senti lento e sonolento. Atirado em um buraco sujo e sufocante.

Perdido.

Isso foi ontem.

Hoje, eu olho para as sensações dos dias passados e não consigo evitar um sorriso idiota na cara. Porque hoje, eu sinto mais do que senti nos últimos dois anos e meio (e porque aquela garota é muiiiiiito bonita de se olhar, claro).

E eu me sinto bem. Sinto como se não corresse do Universo.

Eu corro com ele.

domingo, 30 de setembro de 2007

Out of Nowhere

"At night my mind does not much care,
If what it thinks is here or there.
It tells me stories it invents,
And makes up things that don't make sense.
I don't know why it does this stuff.

The real world seems weird enough
."

By Bill Waterson, Calvin.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

All You Need

Meio que uma continuação do post anterior.

O coração é, sem sombra de dúvidas, o objeto mais clichê de todas as histórias contadas. Existe uma razão para isso. O coração foi gasto por superexposição em tais histórias porque ele é o cerne da existência. Literalmente, ele é o que envia para todos os pedaços do ser o que é necessário para impedir que a podridão se espalhe e que a morte se aproprie do corpo. Metaforicamente, ele envia tudo que é necessário para impedir que a podridão se espalhe e que a morte de aproprie da alma. Ele nos faz odiar. Ele nos empurra para a frente. Ele nos faz chorar. Ele nos faz acreditar em um futuro de infinitas possibilidades para a grandeza.

Ele é a razão pela qual escrevemos histórias. Ele é o Rei de todos os clichês.

Vida longa ao Rei.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Autumn Comes for All Things

Fazem dez anos que eu fiquei sabendo da produção de um anime ao qual eu quis muito assistir. Era uma revisitação, uma reinvenção de uma história infantil que falava sobre o coração. Hoje, eu finalmente pude assisti-lo.

Na história original, o conflito gira em torno do crescimento de caráter, na aceitação de si, e na descoberta de que o mundo é feito de escolhas e sacrifícios em prol do que se acredita com todo seu coração.

Na revisitação, o conflito (ou o que eu entendi dele) gira em torno do crescimento mais uma vez. Mas agora, em vez de fé em si, ele trata da fé nos outros. Sobre como sonhos não realizados podem transformar o mundo real em um pesadelo e sobre que tudo que começa, chega ao fim. É a natureza do universo e, mais importante, é a natureza humana. É a natureza do coração.

Agora, o anseio tolo que começou em meu coração há dez anos chega ao fim. E com ele se vão lágrimas que não consigo justificar. Exceto se for verdade no que passei a acreditar.

Que existem lágrimas e sonhos em todas as histórias. Até nas pequenas tolices.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Wet Dreams

"I am awash in this torrent of lament that tries to drown everyone around me. That drags them down to this shallow ocean of confusion and mishaps. I am tormented by the sorrow when I'm asleep, but it vanishes when I'm awake.

All that is left is this empty shell of a dream.
"

Foi mais ou menos isso que me veio a mente enquanto eu puxava meu colchão do quarto para a sala.

Tu vê.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Impulse

Ian andava de cabeça baixa. Diziam que era tudo culpa dele. Ele sabia que não. Como poderia ser? Não tudo. Era uma noção infantil. De pessoas que não estavam lá. Que não viram o que ele viu. Ian lembra daquele dia como se fosse ontem. Como se fosse agora.

Ian jamais se esqueceria do que ele viu no Abismo.

The Eye

O tempo está estranho de novo. Não tempo Tempo, tempo clima. O normal do tempo Tempo é estranho, então eu não diria que ele ficou estranho e sim que ele ficou mais estranho. Já o tempo clima não deveria ser estranho, mas aparentemente aqui ele o é volta e meia. Logo, o tempo está estranho de novo.

É. Parece que quando as pessoas não têm o que falar umas com as outras elas realmente apelam para o clima. É uma das muitas coisas que liga a todos. Todos vivemos sob as intempéries do mundo, tanto literais quanto metafóricas. Algumas dessas intempéries são deveras mais interessantes do que as outras. Em alguns casos, as pessoas envolvidas gostariam que suas intempéries fossem um pouco menos interessantes. Em outros, os envolvidos deitam desanimados desejando que suas intempéries fossem ao menos um pouco menos entediantes.

Agora, vez que outra, surgem aquelas pessoas que carregam consigo uma verdadeira tempestade, e os relâmpagos e trovões que escapam delas são tão intensos que deixam marcas por onde e quem quer que elas passem.

E as vezes, elas nem notam.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

The Wheel of Time

As folhas das árvores mudam de cor, o sol navega nos céus em rumo incerto e flocos de algodão não caem do céu como na Pennsylvania. As cores e as noites são tudo que temos para sentir as estações. Mas o tempo passa. Quero dizer, nós passamos pelo tempo. O tempo não se mexe. Ele está ali, esperando. A qualquer momento podemos visitá-lo e correr com ele, brincar como se meninos em uma primavera doce, ou podemos sentar ao lado dele e observar o cuidadoso dançar das estrelas enquanto esperamos para nos encontrar com todos aqueles que amávamos e que se foram para onde não podíamos segui-los.

Eu visito o tempo agora. Ele me recebe com um sorriso no rosto, se levanta e me convida para dar uma volta. Caminhamos enquanto lembramos de nossas peripécias juntos e de todas as coisas que decidimos não fazer. Gritamos sobre as amoras roubadas, os amores escondidos, o nervosismo tolo de todas as primeiras vezes. Falamos baixinho das noites perdidas em pensamento, das pessoas que nunca souberam, das vezes em que nos abraçamos e apenas ficamos parados como cervos diante o derradeiro farol de um carro.

E também falamos de coisas que dissemos e que ouvimos. E é estranho em como as mesmas palavras se apropriam de tons e sons diferentes. É estranho que ouçamos elas não com o que está nas orelhas mas o que está no peito.

"at this moment there are 6.470.818.671 people in the world
some are running scared
some are coming home
some tell lies to make through the day
others are just now facing the truth
some are evil men at war with good
and some are good struggling with people

six billion people in the world
six billion souls
and some times
all you need is one"


Mas não são as palavras que mudam. Elas são as mesmas.

Nós não.

Sabotage

Estou sentado na frente do micro há quase uma hora olhando para a tela e finalmente escrevi uma lista de todas as coisas negativas que me atormentam nesse momento (isso demorou dois minutos).

Eu estou de sacanagem comigo.

Só pode.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

In a Dream of Mirrors

Eu não me considero uma pessoa de mudanças de humor extremas. Eu certamente preencho a full range de emoções e posso passar de um terrível mau-humor para uma total e aprazível felicidade em um mesmo dia, mas isso geralmente está conectado à falta de comida.

Agora, existe algo que me escapa do controle absolutamente e eu não sei por que. Alguns dias eu sou a pessoa mais motivada do mundo, mas em outros eu não consigo levantar o braço para ir pegar comida na geladeira (o que pode levar aos baixos de humor. low blood sugar anyone?). O que faz eu me sentir ainda pior, é ver o esforço dos dias em que estou bem serem tragados para os confins escuros do Universo nos dias em que estou, parafraseando uma Peste, estranho.

Isso me arremessa em ciclos delirantes, onde eu não sei bem onde estou ou o que estou fazendo. Faz com que eu me sinta perdido num labirinto de espelhos onde às vezes, e só às vezes, eu posso vislumbrar a saída. E então eu descubro que era mais um truque de visão, an illusion of sorts.

Eu não queria ser iludido até o dia em que eu não puder mais percorrer os corredores estreitos desse labirinto, sem mãos e com o espírito estilhaçado pelos milhares de fragmentos perdidos de uma vida vivida apenas em reflexos.

Not at all.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Chasing Epiphanies

Esse post é sem estilo mesmo.

Estava eu sem nada para fazer nessa madrugada quando me toquei de algo interessante: enchi o saco de World of Warcraft. Não do tipo "joguei longe", mas o suficiente para eu considerar arranjar outra coisa para fazer no horário que tenho coisas combinadas no jogo para fazer.

Perdendo de um lado, ganhando de outro. Conversei com uma amiga minha e acabei resolvendo que iria escrever um roteiro para ser produzido. Só falta descobrir qual roteiro, mas isso eu fico sabendo na reunião (sim, até reunião já foi marcada).

Saco. Espero que isso não queira dizer que estou amadurecendo. Seria uma tragédia shakespeareana de marca maior.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

What Brought Me Here

Caminhando. Correndo. Sinto a areia estalando sob o peso dos meus passos. O vento me escalda e me empurra adiante. Meu cabelo cobre meu rosto, moldado pelo suor. Não há ninguém adiante, só uma trilha vazia de terra batida. Meu coração ruge e bombeia ácido em vez de sangue. Não penso em nada a não ser no que deixei para trás. No que eu espero ter deixado para trás. E para trás é para onde eu não me atrevo a olhar.

Tenho que medo que ainda esteja lá.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

The Fall of Men

Estava eu, assistindo a um seriado qualquer. Qualquer mesmo. Sem nenhum tipo de aviso a imagem da TV desaparece, sendo substituída por estática e estática apenas. Pensei comigo “ô diabos, acho que não paguei a TV a cabo”. Resolvi ligar para a empresa responsável para me certificar do que havia acontecido, ainda na esperança de que a cidade estivesse com algum problema de recepção, cabeamento ou até mesmo uma invasão de mortos-vivos. Mas não deu outra. O problema era pagamento e não só desse mês. Meses. Três para ser mais exato. E é claro que isso não poderia acontecer senão depois das seis da noite de sexta-feira, me deixando assim encalhado sem televisão durante quase três dias. Três dias. Não seria tão ruim. Tipo, eu poderia sobreviver (por um triz) a esse acontecimento. Se não fosse por um detalhe em especial.

O último capítulo da novela das oito.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Wishful Thinking

Contato. Estamos dentro do carro, é meia-noite e o sol ainda brilha sobre nossas cabeças. Aumentamos a velocidade. As manchas no asfalto se tornam borrões e as placas prendem sons a medida que passamos por elas. Há marcas de sangue no porta-luvas. Eu ignoro isso enquanto olho para Lucas ao meu lado. Seu olhar permanece vidrado na estrada e suas mãos apertam a direção tão forte que posso ouvir seus ossos estalando. Uma gota de suor escorre de sua testa e passa do lado do olho. Ele nem nota. No banco de trás, Margaret geme baixinho, numa tentativa tola de fazer com que esqueçamos que ela está lá. Sua dor é tão grande que eu sinto náusea e quase peço para descer do carro. Um som absurdamente alto invade meu universo e ameaça tomá-lo por completo. Tenho a sensação de estar sendo alçado pelos braços e dependurado para secar. Sinto um esparramar quente sobre meu colo e minha cabeça fica leve. Eu olho para a frente e o sol queima minhas retinas como punição. Ouço a voz inflamada de Olívia pedindo a deus que faça disso apenas um pesadelo e ouço-a ser interrompida por um baque doentio. O sol desaparece e mergulhamos em silêncio.

Meses depois, enquanto eu acordo no meio de mais uma noite com os olhos doendo e tentando esquecer aquele som, eu amaldiçôo Olívia e o deus dela. O que ela pediu, aconteceu.

Virou um pesadelo.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Dare to Be You

Ele dá trôpegos passos em direção a um mar sem ondas bem conhecido. Ele olha para os fins da terra e pensa com cuidado sobre suas próximas palavras. Ele lembra dos homens que vieram até aqui neste dia. Todos respeitáveis. De nenhum ele gosta. Todos velhos, lamacentos e empoeirados por uma vida de arrependimentos. Todos escravos da sina que sofrem os homens de serem menos do que eles poderiam ser. E todos estão aqui porque ele tem algo que querem. Agora, todos esperam pelo que ele tem a dizer a seguir. De suas próximas palavras, as ondas que irão moldar seu futuro hão de se propagar. Ele engole seco, fecha os olhos, murmura uma despedida e toma sua decisão. Solene, vira-se em direção aos homens.

-Não.

E se deixa cair para longe deles.

domingo, 22 de julho de 2007

My Take on Plumbing

Vazando.

É uma palavra feia. Em gíria significa que alguém está indo embora. Normalmente é usada para descrever o fenômeno de um líquido qualquer escapar de seu container ou caminho pré-determinado indevidamente. Existe um sem número de coisas que podem vazar. Óleo vaza de carros. Água de encanamentos. Refrigerantes de garrafas. Porém, não são apenas líquidos que vazam. Radiação, por exemplo, pode vazar de reatores. Informações previamente mantidas em segredos podem vazar para o público. Mas o conceito normal - não a gíria - significa escapar de um caminho ou lugar que alguma(s) outra(s) pessoa(s) determinou(aram) que você deveria permanecer dentro.

O Mundo me diz onde devo ficar, como me comportar e o que é importante para eu pensar.

Bite me.

Estou vazando há anos. E não é agora que eu pretendo parar.

Deal with it.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Crystal Prison

Ele fecha os olhos perante a tela de cristal à sua frente. A música é parte matemática e parte desespero. Uma corrente de homens caminha nos seus olhos cerrados. Seus longos braços de pele alva e sensível doem como se houvessem erguido uma pirâmide sem qualquer ajuda. O ar chia do outro lado do vidro. Um nevoeiro de tinta avermelhada se espalha e sufoca as estrelas. Um crescendo de sensações, dor, tristeza e saudades surge de repente e ele chora desacompanhado de seu reflexo. Ele abre os olhos e tudo se vai.

Só resta uma tela branca com um cursor piscando.

terça-feira, 22 de maio de 2007

To not belong

Por Thiago Marchetti

Não é assim que eu me lembro.
A cor do céu, o calor da luz, tudo é parecido, mas não é o que eu me lembro. Eu me lembro de praias vazias ladeadas por construções magníficas. Lembro da lareira de casa crepitando e de dormir contando estrelas da minha varanda. Mas eu olho em volta onde estou agora e não há praias, a voz do fogo é estranha e as estrelas da minha varanda não existem mais.
As pessoas aqui são também são diferentes. Seus cabelos são movidos pelo vento e seus olhos desejam uns aos outros em segredo como as que eu conhecia, mas seus corações estão presos. Neste lugar, não acreditar em nada é acreditar em algo. Todas as ações, todas as palavras, todos os suspiros não suspirados pertencem a uma causa. Todos lutam por algo, até mesmo – especialmente – quando escolhem não lutar. Sinto-me perdida aqui, como se fosse um torrão de terra entre jóias brilhantes. É assim desde que cheguei. Desde que fui arrancada de casa.
As memórias daquele lugar se perdem pouco a pouco. Não consigo mais lembrar a forma das conchas na praia ou do lugar das estrelas. Tampouco me lembro dos sussurros do fogo no meu ouvido infantil. Minhas memórias correm como areia da praia por entre meus dedos. Eu olho em volta e nada me lembra de casa. Não consigo fazer parte desse lugar, me sentir viva sob essas estranhas estrelas. Queria ser abraçada por braços fortes e que me dissessem baixinho que vai ficar tudo bem. Todos olham através de mim e enxergam minha dúvida e têm pena de mim por isso.
E eu acordo chorando de noite. Assustada e cansada e sem saber o que fazer. Soluço e olho pela janela até me acalmar. Então fecho os olhos e penso em casa de novo.
Não é assim que eu me lembro.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Horror, Thy Name is Woman

Hoje, dia 23 de Abril de 2007 minha irmã mais nova completa vinte e cinco verões. Diria que ela está bem na foto: bom emprego, boa saúde, rolos (des)amorosos e amigos. Para ela, parabéns e tudo de bom. Meus melhores desejos. E olha que eu tenho uns muito bons.

Uma coisa engraçada though. Embora eu não dê bola para coisas mínimas como datas de aniversário e, você sabe, relações familiares muitíssimo próximas, eu estava agradado com a minha pessoa por ter sido capaz de aparecer lá para dividir o dia com a minha irmã e família adjacente. E neste mesmo almoço, eu aparentemente perdi o controle (não de uma maneira exagerada, mas certamente não estava mais em perfeito estado de calma) quando começamos a discutir.

Eu, minha irmã, minha mãe e minha tia. Eu e três mulheres.

Realmente não sei o que vai ser de mim, mas poucas situações me deixam mais completamente alterado do que discutir com mulheres. Simplesmente... não consigo. Uma das frases da minha irmã (que foi a frase que pushed me over the edge) foi assim: "Olha o teu tom arrogante. Perdeu toda a razão." Tom. Meus argumentos são descartados em favor ao meu tom de voz.

*sigh*

Acho que eu perdi o controle enquanto estava escrevendo esse post. Mas que nada me tira do sério em tão grandes proporções quanto uma mulher... ô.

E o pior é que faz sentido.

*gurlge*

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Rush

É isso. Não tem mais volta.

Hoje, distribuí para minha turma da Oficina de Literatura do Charles Kiefer um texto literário escrito por mim. Foi uma aula estranha. Não por causa do conteúdo discutido ou do excelente conto do Lúcio. Foi estranha porque eu passei a aula inteira mal conseguindo respirar. Eu quase desisti de apresentar o texto. Comecei a pensar em inúmeras desculpas para não o fazer. E ainda por cima, era minha primeira vez como relator da análise narrativa sobre o conto de um colega.

Foi uma manhã de muitas emoções. Feels good to be alive. :)

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Power Leak

Até agora, hoje tem sido um dia interessante.

Começou com meu amigo Dan chegando em minha casa para esperarmos nossa carona para a UNISINOS. Fomos novamente convidados por uma professora para dar uma palestra sobre RPG. É uma boa sensação, a de falar sobre algo o qual você tem domínio e paixão por. Paixão pelo jogo. Pela proposta do jogo. A proposta de contar uma história. Eu A-DO-RO contar histórias, sejam elas sobre o que forem. Claro, como todo contador eu tenho minhas preferências e um estilo próprio. Entretanto, isso não me impede de apreciar o estilo de outros contadores de história, como o Sr. Frank Miller por exemplo.

Frank Miller argumentou várias histórias em quadrinhos. Entre elas a clássica mini-série "Cavaleiro das Trevas", onde contemplamos até onde um homem desesperado pode ir em nome do que ele acredita ser certo. Outra história poderosa do Sr. Miller é "A Queda de Murdock, que conta como o Rei do Crime tenta destruir a vida do Demolidor. Mais recentemente escreveu "300", que é a sua abordagem da lenda da batalha quase que mitológica entre os persas e os gregos. Esse até virou filme.

É interessante como o Sr. Miller tem um jeito todo especial de contar uma história. Ouvindo suas narrativas, é difícil deixar de perceber o quão frágeis e imperfeitos são nossos heróis. O quanto de desespero os cerca a todo momento. O que realmente os separa do resto de nós é a capacidade que esses heróis têm de acreditar em algo. Sua fé em algo maior do que eles, seja justiça, liberdade ou ainda alguma outra coisa. Mas o Sr. Miller nos mostra que enquanto houver fé, a desesperança não pode os derrubar de vez.

Fé, lhes traz esperança. E esperança os faz levantar e continuar em frente, mesmo quando tudo parece perdido.

Por isso, eles são heróis.

E claro, pelo fato deles não sentirem uma fraqueza súbita e se estatelarem em pleno asfalto da Guilherme Alves às quatro da tarde logo após sair do cinema.

Mas isso é uma outra história.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Indexanity Issues

Observando os marcadores do meu blog so far, cheguei a conclusão de que estou sofrendo de um problema de classificação. Aparentemente, todas as entradas do blog (com exceção de uma) são "general insanity".

E outra. O marcador "real life" está reservado para coisas concretas que acontecem comigo, fora do mundo das idéias ou do ciberespaço (acho que matei alguma língua agora). Mas here's the deal: se eu escrever algo, um conto, por exemplo, e falar sobre ele aqui, conta como real life ou não vale porque saiu do mundo das idéias para o computador?

*sigh*

Eu e minhas idéias fantásticas.

Standing Ovation

Se estivesse tentando, certo que eu não conseguia.

Com meu post anterior, o Rip Off, consegui a proeza de copiar o título de um post que fiz no meu blog anterior, em Abril de 2004.

Ou seja, I just ripped off from myself.

Beautiful.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Rip Off

rip • off [rip-awf, of]
- noun Slang.

1. An act or instance of ripping off anothers or others; a theft, cheat or swindle.
2. exploitation, esp. of those who cannot prevent or counter it.
3. a copy or imitation.
4. a person who rips off another or others; thief or swindler.

Faltou o dicionário incluir:

5. the act of extracting an internal organ from someone with bare hands or improvised tools.

Agora você já sabe. Se ouvir isso numa frase acalorada com alguém mudando de cor facial e olhando para você, só corra.

Amanhã você explica.

Twisted Figments of Oneself

Às vezes é uma coisa boba.

Eu lembrei de uma coisa dessas. De um solilóquio (coisa chique) de Lucas Eugene Scott, o personagem de Chad Michael Murray no seriado One Tree Hill. A coisa vai mais ou menos assim:

"at this moment there are 6.470.818.671 people in the world
some are running scared
some are comming home
some tell lies to make through the day
others are just now facing the truth
some are evil men at war with good
and some are good struggling with people

six billion people in the world
six billion souls
and some times
all you need is one
"

Todas essas frases são interessantes, mas uma especialmente me pega. "Some tell lies to make through the day".

Eu penso e penso sobre isso. Será que uma pessoa precisa contar essas mentiras para atravessar o dia? Ou será que só precisas contar essas mentiras quando quer atravessar o dia sem topar consigo mesmo? O que existe de tão assustador sobre se enxergar no espelho que faz de grande parte da humanidade cega, surda e enfurecida com todo mundo em volta?

Eu não sei.

Mas eu sei que não quero olhar para lá sozinho.

O espelho nunca fala.

terça-feira, 6 de março de 2007

The Legend of Rocky Balbinot

"Era uma vez..."

Toda a história começa assim.

Era uma vez, um professor de cálculo tão poderoso e terrível que todos os camponeses tinha medo de frequentar a sua aula. Sua fama era tal que mesmo camponeses de outras universidades haviam ouvido falar da sua terrível mão-de-ferro.

Era uma vez, um prédio antigo, construído no final do século passado. Às vezes, as pessoas que habitavam aquele prédio ouviam sons estanhos. Diziam ver luzes tarde da noite. Que coisas caíam e quebravam sem terem sido tocadas. Acreditavam que estava assombrado.

Era uma vez, um homem em busca do seu caminho nesse mundo afora. Estava perdido, tentando encontrar uma trilha marcada que o levasse à grandeza. No bosque que estava perdido, porém, encontrou um sem número de personagens que falavam sobre e apontavam para um sem número de direções diferentes.

Toda a história começa. O fim dela está na suas mãos.

Agora, tente você.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Rising Stars

Encontrei uma relíquia meio perdida numa banca de revistas hoje.

J. Michael Straczynski é um baita roteirista na minha opinião. Ficou famoso pelo seriado sci-fi "Babylon 5". Ele também escreveu alguns títulos de quadrinhos, como "Spiderman", "Midnight Nation" e, o assunto de hoje, "Rising Stars".

Essa mini-série se assemelha em assunto com o seriado "Heroes" do Tim Kring. O que aconteceria se pessoas com super poderes aparecessem no mundo de hoje. Mas não uma visão enfeitada com cuecas por cima das calças. Uma visão mundana. Perdão, uma visão "amundainedada" (neologistas que se cuidem). Afinal, não há nada de mundano em super poderes. Mas a moral da série é ver como seria para as pessoas, as normais e as especiais. Como elas se sentiriam. Como seriam as vidas delas. Me faz pensar.

Eu gostaria de ser especial.

Não "small bus" especial, mas diferente. De uma maneira positiva de preferência, mas às vezes eu duvido que não me sentiria secretamente satisfeito em saber que tem alguma coisa de errado comigo. Duvido o escambau. Tenho certeza.

Já fui diagnosticado com déficit de atenção, o que foi refutado por outro psiquiatra e um neurologista. Recentemente, outro psiquiatra diagnosticou uma possível síndrome de Asperger. Nos meus testes psicológicos, nos três que eu já prestei (um aos 9 anos, outro as 19 e depois aos 27), os testadores colocam que têm alguma coisa de errado comigo. E... eu não me sinto assustado com isso. Ou com problemas.

Eu me sinto especial. Só que ao mesmo tempo, me sinto terrivelmente solitário.

Como podem ver, existe algo realmente errado comigo. Assim que os estudiosos chegarem a uma conclusão, espero me contem o quê.

Roteirista, sua vez.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Essay on Humanity

Estava eu vagando por entre os fotologs de vários conhecidos meus quando topo com o seguinte texto:

"We're all damaged, it seems. Some of us, more than others. We carry the damage with us from childhood, then as grownups, we give as good as we get. Ultimately, we all do damage. And then, we set about the business of fixing whatever we can.

We all go through life like bulls in a china shop. A chip here, a crack there. Doing damage to ourselves, to other people. The problem is trying to figure out how to control the damage we've done, or that's been done to us. Sometimes the damage catches us by surprise. Sometimes we think we can fix the damage. And sometimes the damage is something we can't even see.
"

Meredith
Grey's Anatomy
Season 02, episode 24

Isso estava no fotolog da Clarissa.

Eu sempre tentei ser um adepto da filosofia do copo-meio-cheio, mas em alguns dias é mais difícil do que outros. E em alguns dias é bem ruim. Alguns desses dias ruins, estou me sentindo como Meredith descreve: machucando coisas e pessoas em volta, e até a mim.

Mas não estamos completamente perdidos. Meredith descreve que mesmo que estejamos fazendo dano nas pessoas em volta de nós, de alguma maneira estamos tentando reparar isso.

Enquanto houver vontade de sermos melhores uns com os outros, podemos. Mesmo entre as nossas repetidas falhas.

Mesmo entre os nossos insubstituíveis sucessos.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Single Man, Lacking Meals: Followup

De volta ao apartamento.

A missão foi um sucesso. Uma vez na rua, lembrei-me de uma loja AM/PM próxima ao edifício. Cheguei ao local, retirei uma quantidade de dinheiro adequada para sobreviver ao fim-de-semana e me dirigi à prateleira onde a maior fonte de sustentação do jovem solteiro se encontra: Miojo. Uma vez em posse dessa "iron ration", parti para explorar outras opções.

Aparentemente a loja estava com várias promoções. Podia comprar, literalmente duas Pepsis pelo preço de uma Coca. Faz a pessoa pensar sobre as razões de tal promoção, mas decidi não pensar muito. Afinal, eu gosto mais de Pepsi mesmo. Tudo certo, atendente me deu mais umas barbadas e me deu um folheto com as outras promoções. Até um hamburger eu comprei.

O problema foi o final. Sem mais para o momento, disse para ele "Muito obrigado pela ajuda. E, se tudo der certo, nos vemos por aí." e dei uma piscada.

Certo que ele acha que eu sou gay e estava dando em cima dele.

Eu mereço.

Single Man, Lacking Meals

Estou morrendo de fome.

E, considerando o horário e o fato de que não tenho nada comestível no apartamento, estou com problemas. Não entregam mais nada à essa hora e o McDonalds do outro lado da rua já fechou suas portas. Como dormir ainda não é uma opção creio que terei que sair em uma operação de search and acquire.

Coloco os tênis. Localizo a carteira. Checo a temperatura do lado de fora e me certifico de que não está chovendo muito. O momento é agora.

Mais informações ao decorrer dos acontecimentos.

When Life Give You Lemons, Order Some Pizza

Nunca pensei que fosse dar nisso.

Fui para minha cama num horário fantástico (12:53pm, ou meio-dia e cinquenta e três para quem tem dificuldades com o formato americano) e dormi sem grandes dificuldades. Acordei eram 7:48pm. Checo o MSN e vejo o Cláudio online. Não lembro quem manda a primeira mensagem mas logo trocamos MSN pelo Skype. A Rô (namorada do Cláudio) está conversando com ele e parece que vão jantar fora. Depois de eu me tocar que tinha que sair para comer também, o Cláudio (movido pela Rô) me convida para ir com eles. Topo imediatamente.

Decisão mais acertada da semana.

Pegamos um casal de amigos deles, o Guto e a Alice (apropriado), e fomos jantar. A comida estava boa mas a companhia estava fantástica. Contamos histórias, ouvimos outras e depois fechamos com um DVD aqui em casa. A Alice teve uma manifestação do Complexo de Lucas (ver futuro lexicon) e decidiu arrumar um pedaço do apartamento.

Mas o programa foi ótimo. Valeu a pena topar a opção não-standard. Tenho que sair mais.

Ponto para a Rô.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Old Habits Don't Die at All

Certo. Estou começando a desvendar a misteriosa interface de configuração do Blogspot®. Se conseguir reunir as tropas e chegar ajuda, pode ser que isso aqui até tenha um look decente. Senão, felicidades com o preto e, como diria meu pai, "vambora".

Mas falando sobre os velhos hábitos, eu sou uma criatura dos mesmos. Devo ter vários que cumpro religiosamente de maneira completamente irregular. Dicotômico? Hardly. Eu contemplo todos eles em seu devido tempo, mas sem uma ordem específica.

Um dos hábitos mais divertidos que tenho é o de assistir séries (pode apontar e rir agora, sem medo). Creio que meus "gêneros" (e utilizo a palavra aqui com completo descaso pelo seu verdadeiro significado) prediletos seriam sci-fi, sobrenatural e high-school drama. Pelo menos um de cada tipo eu devo estar assistindo. Porém, nem sempre estão passando seriados de qualidade (e com "qualidade" aqui eu quero dizer "que eu gosto", é claro) dos supracitados gêneros.

Escrevi pacas e decidi apagar o resto. Me toquei que nem em mil anos alguém ia ler todo o texto que havia escrito. Talvez o Daniel, mas só para poder dizer "M., raise the bar."

Só saibam que para um bom mau hábito, você sempre encontra tempo e uma nova maneira de aproveitar.

Mas só se ele for seu.

Sleep Deprivation and a Lot to Write about

Acontece com todo mundo.

Claro que do meu ponto de vista, acontece mais comigo do que com qualquer outra pessoa. Não, não fiz uma pesquisa extensa sobre isso ou sequer perguntei por aí. Só acho que acontece bastante comigo. O suficiente para escrever.

Ah, do que diabos eu estou falando? Sono. "Falta de" para ser mais exato. Cinco top reasons para tal:

1- Acordei às 6:32pm no dia anterior;
2- Ansiedade em relação às novas aulas que começam em seis dias;
3- Possivelmente, junto com um novo emprego;
4- Calor;
5- World of Warcraft.

Pausa dramática. Voltamos após esse comerciais.

Stay tuned.