segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Finding the Way Home

Às vezes eu nem noto.

Criatura de hábitos, caio em rotinas insanas não-notáveis exceto pelo contínuo não-resultado da repetida ação.

Explicando melhor, ou talvez mais claramente, é como abrir seu software de e-mail, checar suas caixas, fecha-lo, esperar vinte segundos e abrir de novo. Não pelo raciocínio de "pode ser que agora tenha alguma coisa", mas sim pelo hábito muscular de efetuar a operação.

O mesmo eu poderia dizer dos habitos alimentares, dos de sono, ou de escrita. É fácil cair num padrão maçante e medíocre. Dizem que não há nada pior que o medíocre, e tendo a concordar com tal afirmação. Mesmo as sensações negativas, quando medíocres, são só um incômodo quase-invisível que escapa a sua percepção exata do que há de errado e, portanto, impede que você formule uma sagaz solução para derrubar a mediocridade. Até as sensações físicas negativas são assim. Uma dor diminuta, em um lugar que você não sabe dizer exatamente qual é, mesmo que sendo um mal menor do que aquele que gera pura dor lancinante, incomoda você por tempo suficiente para você ter resolvido e esquecido a sensação horrível. O medíocre não é o fim, nem o começo. O medíocre é o lento arrastar de horas sem sentido rumo a lugar algum.

A conclusão que posso chegar desse ensaio de ensaio sobre a mediocridade é que, quando seguindo aquela estrada enlameada que leva de volta para casa coberta por névoas que não deixam você saber o quão perto ou longe você está de onde saiu ou de onde quer chegar, a única saída é parar, respirar fundo, fechar os olhos e sair do meio da estrada, rumo ao desconhecido.

Mas rumo a algo.

Um comentário:

Anônimo disse...

é...

eu gosto muito desses momentos no meio da estrada enlameada e cheia de névoa porque eu sei, com certeza, que no fim dela tem alguma coisa, tem algo.


sei lá.
tipo... o hobbit, ou a caminho de moria, ou de volta pro condado, ou de volta pra casa trazendo a estrela, sei lá, eu sei que pelo menos tem algo.