quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Grace of Air

Desço pela ladeira ouvindo as badaladas que marcam as horas da minha vida.

Um, dois, doze, dezoito, vinte e oito. Todas soam melhores do que as anteriores e ainda assim é difícil não sentir um salgado de saudade deixado para trás nas bordas dos sinos. Cada lágrima derramada, cada pedaço retorcido de um coração partido, cada momento ridículo e irredutível desenham os frisos no pedaço de metal e transformam-no de uma forma grande, pesada e desengonçada no mais gracioso instrumento que já ouvi.

São as horas da minha vida que estão gravadas ali. Todos os tons e intenções.

Toda a graça do meu mundo.

Um comentário:

V. disse...

algumas vidas são chiados, outras são acordes (afinados ou não)... o ribombar dos sinos com certeza é o que deixa as marcas mais profundas.