quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Sursum Effing Corda

Eu comecei e terminei esse post umas cinco vezes. E tudo que escrevia era terrivelmente piegas. E mudava absolutamente de tom com cada palavra que passava na minha cabeça. Vídeos. Músicas, lindas músicas. Poemas. Livros. Cada uma dessas coisas me dizia como eu deveria escrever e o quê. Construções de sentimentos, eternizados pelo sentir vítreo de uma única pessoa, que se propagam de momento em momento numa etérea dança devastadora.

Minhas mãos dançam por sobre o teclado. Vão e voltam, apagam e reescrevem as letras muito mais rápido do que eu posso pensar nelas. Agora é uma corrida. Eu quero pensar no que vou escrever antes de fazê-lo mas essa batalha se foi. A ponta dos meus dedos tem texturas singulares que fazem voar pequenas fagulhas musicais cada vez que tocam no preto do plástico e no branco das letras. J. K. Q. P. Não há sentido. Mas há música. Na música está o sentido. O sentido é a própria música. Nada toca das caixas de som do computador mas minha alma incendeia com as notas da tela de cristal e do cursor rastejante. Corre. Voa. Desliza sinceramente e furiosamente rumo a catarse de uma história não escrita, fugaz, tênue e insistente em volta de mim. Não há como escapar. Não há porque escapar. É o sopro do espírito. É a fuga da banalidade. É o fervoroso dançar das estrelas por sobre uma toalha velha de feltro.

É o lugar onde todas as coisas que importam acontecem.

Um comentário:

V. disse...

OK. tudo muito lindo. mas as últimas frases... as últimas frases...
ahhhhhhhhhhhhh!

*suspiro*