domingo, 30 de setembro de 2007

Out of Nowhere

"At night my mind does not much care,
If what it thinks is here or there.
It tells me stories it invents,
And makes up things that don't make sense.
I don't know why it does this stuff.

The real world seems weird enough
."

By Bill Waterson, Calvin.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

All You Need

Meio que uma continuação do post anterior.

O coração é, sem sombra de dúvidas, o objeto mais clichê de todas as histórias contadas. Existe uma razão para isso. O coração foi gasto por superexposição em tais histórias porque ele é o cerne da existência. Literalmente, ele é o que envia para todos os pedaços do ser o que é necessário para impedir que a podridão se espalhe e que a morte se aproprie do corpo. Metaforicamente, ele envia tudo que é necessário para impedir que a podridão se espalhe e que a morte de aproprie da alma. Ele nos faz odiar. Ele nos empurra para a frente. Ele nos faz chorar. Ele nos faz acreditar em um futuro de infinitas possibilidades para a grandeza.

Ele é a razão pela qual escrevemos histórias. Ele é o Rei de todos os clichês.

Vida longa ao Rei.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Autumn Comes for All Things

Fazem dez anos que eu fiquei sabendo da produção de um anime ao qual eu quis muito assistir. Era uma revisitação, uma reinvenção de uma história infantil que falava sobre o coração. Hoje, eu finalmente pude assisti-lo.

Na história original, o conflito gira em torno do crescimento de caráter, na aceitação de si, e na descoberta de que o mundo é feito de escolhas e sacrifícios em prol do que se acredita com todo seu coração.

Na revisitação, o conflito (ou o que eu entendi dele) gira em torno do crescimento mais uma vez. Mas agora, em vez de fé em si, ele trata da fé nos outros. Sobre como sonhos não realizados podem transformar o mundo real em um pesadelo e sobre que tudo que começa, chega ao fim. É a natureza do universo e, mais importante, é a natureza humana. É a natureza do coração.

Agora, o anseio tolo que começou em meu coração há dez anos chega ao fim. E com ele se vão lágrimas que não consigo justificar. Exceto se for verdade no que passei a acreditar.

Que existem lágrimas e sonhos em todas as histórias. Até nas pequenas tolices.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Wet Dreams

"I am awash in this torrent of lament that tries to drown everyone around me. That drags them down to this shallow ocean of confusion and mishaps. I am tormented by the sorrow when I'm asleep, but it vanishes when I'm awake.

All that is left is this empty shell of a dream.
"

Foi mais ou menos isso que me veio a mente enquanto eu puxava meu colchão do quarto para a sala.

Tu vê.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Impulse

Ian andava de cabeça baixa. Diziam que era tudo culpa dele. Ele sabia que não. Como poderia ser? Não tudo. Era uma noção infantil. De pessoas que não estavam lá. Que não viram o que ele viu. Ian lembra daquele dia como se fosse ontem. Como se fosse agora.

Ian jamais se esqueceria do que ele viu no Abismo.

The Eye

O tempo está estranho de novo. Não tempo Tempo, tempo clima. O normal do tempo Tempo é estranho, então eu não diria que ele ficou estranho e sim que ele ficou mais estranho. Já o tempo clima não deveria ser estranho, mas aparentemente aqui ele o é volta e meia. Logo, o tempo está estranho de novo.

É. Parece que quando as pessoas não têm o que falar umas com as outras elas realmente apelam para o clima. É uma das muitas coisas que liga a todos. Todos vivemos sob as intempéries do mundo, tanto literais quanto metafóricas. Algumas dessas intempéries são deveras mais interessantes do que as outras. Em alguns casos, as pessoas envolvidas gostariam que suas intempéries fossem um pouco menos interessantes. Em outros, os envolvidos deitam desanimados desejando que suas intempéries fossem ao menos um pouco menos entediantes.

Agora, vez que outra, surgem aquelas pessoas que carregam consigo uma verdadeira tempestade, e os relâmpagos e trovões que escapam delas são tão intensos que deixam marcas por onde e quem quer que elas passem.

E as vezes, elas nem notam.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

The Wheel of Time

As folhas das árvores mudam de cor, o sol navega nos céus em rumo incerto e flocos de algodão não caem do céu como na Pennsylvania. As cores e as noites são tudo que temos para sentir as estações. Mas o tempo passa. Quero dizer, nós passamos pelo tempo. O tempo não se mexe. Ele está ali, esperando. A qualquer momento podemos visitá-lo e correr com ele, brincar como se meninos em uma primavera doce, ou podemos sentar ao lado dele e observar o cuidadoso dançar das estrelas enquanto esperamos para nos encontrar com todos aqueles que amávamos e que se foram para onde não podíamos segui-los.

Eu visito o tempo agora. Ele me recebe com um sorriso no rosto, se levanta e me convida para dar uma volta. Caminhamos enquanto lembramos de nossas peripécias juntos e de todas as coisas que decidimos não fazer. Gritamos sobre as amoras roubadas, os amores escondidos, o nervosismo tolo de todas as primeiras vezes. Falamos baixinho das noites perdidas em pensamento, das pessoas que nunca souberam, das vezes em que nos abraçamos e apenas ficamos parados como cervos diante o derradeiro farol de um carro.

E também falamos de coisas que dissemos e que ouvimos. E é estranho em como as mesmas palavras se apropriam de tons e sons diferentes. É estranho que ouçamos elas não com o que está nas orelhas mas o que está no peito.

"at this moment there are 6.470.818.671 people in the world
some are running scared
some are coming home
some tell lies to make through the day
others are just now facing the truth
some are evil men at war with good
and some are good struggling with people

six billion people in the world
six billion souls
and some times
all you need is one"


Mas não são as palavras que mudam. Elas são as mesmas.

Nós não.

Sabotage

Estou sentado na frente do micro há quase uma hora olhando para a tela e finalmente escrevi uma lista de todas as coisas negativas que me atormentam nesse momento (isso demorou dois minutos).

Eu estou de sacanagem comigo.

Só pode.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

In a Dream of Mirrors

Eu não me considero uma pessoa de mudanças de humor extremas. Eu certamente preencho a full range de emoções e posso passar de um terrível mau-humor para uma total e aprazível felicidade em um mesmo dia, mas isso geralmente está conectado à falta de comida.

Agora, existe algo que me escapa do controle absolutamente e eu não sei por que. Alguns dias eu sou a pessoa mais motivada do mundo, mas em outros eu não consigo levantar o braço para ir pegar comida na geladeira (o que pode levar aos baixos de humor. low blood sugar anyone?). O que faz eu me sentir ainda pior, é ver o esforço dos dias em que estou bem serem tragados para os confins escuros do Universo nos dias em que estou, parafraseando uma Peste, estranho.

Isso me arremessa em ciclos delirantes, onde eu não sei bem onde estou ou o que estou fazendo. Faz com que eu me sinta perdido num labirinto de espelhos onde às vezes, e só às vezes, eu posso vislumbrar a saída. E então eu descubro que era mais um truque de visão, an illusion of sorts.

Eu não queria ser iludido até o dia em que eu não puder mais percorrer os corredores estreitos desse labirinto, sem mãos e com o espírito estilhaçado pelos milhares de fragmentos perdidos de uma vida vivida apenas em reflexos.

Not at all.